Uma lei física postula o seguinte: "Toda ação provoca uma reação de igual intensidade e em sentido contrário".
Essa lei, levada à Vida de relação, provoca verdadeiros desastres e tragédias!...
Há que se examinar com mais atenção os ensinamentos contidos em Mateus (5:40 e 41), quando Jesus proclama:
"Se pedirem para caminhar uma milha, caminha duas mil; se pedirem o vestido, dê também a capa".
Na verdade, muitos exegetas apressados vêem nessas assertivas apenas uma atitude de cobarde passividade.
Não conseguem, em seu apoucamento mental, perceber a sua essência pacifista.
Jesus nunca reagia; mas sempre agia.
Acompanhemos uma narrativa de Divaldo P. Franco contida no livro (pág. 20/21): "Palavras de Luz".
"Quando Jesus estava com Anás (jo., 18:19 a 23) o Sumo Sacerdote Lhe perguntou sobre a Sua Doutrina; ao que Ele respondeu: "Nada falei em oculto, pergunte aos que Me ouviram." Um soldado que estava ao lado do representante de César, agrediu-O, esbofeteando-lhe a face".
"Para mim"- continua Divaldo - "este gesto é dos mais covardes: bater na face de um homem atado.
Então Jesus não reagiu. Agiu com absoluta serenidade. Pacifista por excelência, voltou-se para o agressor e lhe perguntou: "Soldado, por que me bateste? Se errei, aponta-me o erro, mas se eu disse a verdade, por que me bateste?"
É uma lição viva, porque Ele poderia apelar ali para a justiça do representante de César; poderia ter-se encolerizado; ter tido um gesto de Reação, mas Ele preferiu agir".
Quantos lares vivem em permanente estado de beligerância porque as pessoas estão sempre reclamando, blasfemando, atritando; vivendo lamentavelmente reagindo e raramente parando para agir.
Já lemos algures que treinamos a Vida inteira para sermos provados em apenas um minuto.
Em uma questão de segundos podemos felicitar nossa Vida (agindo) ou infelicitá-la (reagindo).
No Livro "Palavras de Luz", página 110, ensina Divaldo P. Franco, que é preciso, então, realizar um treinamento:
"Comecemos treinando-nos para as pequenas coisas. Toda vez que vier uma vontade de dar uma resposta grosseira, tentemos sorrir e não a dar. Se alguém nos dá uma indireta e podemos rebatê-la com uma alfinetada, tornemos a sorrir, achando que o agressor não está bem.
Não disputemos o campeonato para ver quem é o pior dos licitantes. De treinamento em treinamento, quando vier a agressão, estaremos tão acostumados a não reagir, que passaremos a agir".
Há muitos anos, disse Joanna de Ângelis a Divaldo:
"Quando alguém te atirar lama, não fiques teimosamente à frente, porque ela te baterá na face e te sujará por alguns minutos. Quando alguém o fizer, sai do caminho. A lama passa e quem a jogou ficará com as mãos sujas. Nunca revides, para que não fiques enlameado também".
Certa feita, um confrade saiu às ruas a solicitar recursos para uma obra de assistência social de sua Casa Espírita. Chegando perto de um grupo de pessoas, recebeu de uma delas uma cusparada no rosto, ao solicitar o óbolo. Ao contrário do que todos esperavam, não reagiu. Calmamente pegou o lenço, limpou o rosto, e... agiu, dizendo: "Isto foi para mim que o mereço, mas agora, dê-me, em nome de Jesus, o óbolo que é para atender às desesperadas e urgentes necessidades dos filhos do Calvário.
Certa ocasião, um filho de pai Espírita foi violentamente agredido por uma dessas gangues mirins de rua. O pai agindo, empós, de forma coerente com o Evangelho de Jesus, levou às lágrimas alguns componentes da gangue, plantando na aridez daqueles corações revoltados e insubmissos a semente do amor e da fraternidade.
Estejamos sempre vigilantes, vez que não sabemos quando será o tal minuto de prova, quando então estaremos sendo observados pelos avaliadores de nossa fibra cristã.
(Jornal Mundo Espírita de Outubro de 1997).
Fonte
Nenhum comentário:
Postar um comentário