segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

PRECES


A prece não tem valor senão pelo pensamento ao qual se liga; ora, é impossível ligar um pensamento ao que não se compreende, porque o que não se compreende, não toca o coração. Para a imensa maioria, as preces numa língua incompreendida não são senão o conjunto de palavras que nada dizem ao espírito. Para que a prece toque, é preciso que cada palavra revele uma idéia, e se não compreendida, não pode revelar nenhuma idéia. Repetem-na como uma simples fórmula que tem, mais ou menos, virtude segundo o número de vezes que é repetida; muitos oram por dever, alguns mesmo por hábito; por isso se crêem quites quando disseram uma prece,  número determinado de vezes, nesta ou naquela ordem. Deus lê no fundo dos corações, vê o pensamento e a sinceridade, e é rebaixá-lo crê-lo mais sensível à forma do que ao fundo.

Que importa ao Senhor as frases que ligais, maquinalmente, umas às outras, porque disso tendes hábito; é um dever que vos impondes e, como todo dever, vos pesa.

A prece do cristão, do Espírita, de qualquer culto que seja, deve ser feita desde que o Espírito retomou o julgo da carne. Deve se elevar aos pés da majestade divina com humildade, com profundidade, num arrebatamento de gratidão por todos os benefícios concedidos até esse dia: pela noite que se escoou e durante a qual vos foi permitido, embora inconscientemente, retornar junto de vossos amigos, de vossos guias, para haurir, ao seu contato, mais força e perseverança. Ela deve se elevar humilde aos pés do Senhor, para lhe recomendar vossa fraqueza, pedir seu apoio, sua indulgência, sua misericórdia. Deve ser profunda, porque é vossa alma quem deve se elevar até o Criador, que deve se transfigurar como Jesus no Tabor, e tornar-se alva e irradiante de esperança e de amor.

Texto extraído do livro: O Evangelho Segundo o Espiritsmo págns 235 e 237- 357°edição

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